ACTIVIDADE 5 - Da formação no trabalho... à formação para o trabalho

             Com esta actividade era pretendido que, através da recolha de testemunhos, os grupos conseguissem identificar duas concepções na relação entre contextos de formação e contextos de trabalho, nomeadamente, uma que estabelecesse a ideia de «formação no trabalho» e outra a ideia de «formação para o trabalho». Após a recolha dos testemunhos, o grupo deparou-se com uma diversidade de percursos. Em termos de divisão de testemunhos, considerámos os três primeiros relacionados com a formação para o trabalho, e o último associamos à formação no trabalho. Tivemos alguma dificuldade em dizer com firmeza que um testemunho correspondia a um só tipo de formação, porque consideramos que a formação no e para o trabalho são difíceis de dissociar.

            Como podemos verificar nos testemunhos, mesmo que inicialmente o emprego tenha surgido pela formação (formação para o trabalho), isto não significa que, ao longo da construção da sua carreira profissional, a pessoa não se tenha formado no contexto laboral.

            A formação dos indivíduos pode ser a vários níveis – formal, não-formal e informal – e, visto que estamos em constante evolução e construção, a aprendizagem com os outros, a experiência e a prática adquirida no contexto de trabalho é essencial e necessária. O indivíduo é um ser activo na sua formação, ou seja, é agente da sua aprendizagem. Está aqui presente a noção de “aprender pela experiência”, algo que é valorizado, mesmo pelos que já possuem formação académica para determinado cargo e/ou emprego.

            Denotamos que, qualquer que tenha sido o percurso, a experiência é um factor tido como essencial em todos eles. De certa forma, os testemunhos recolhidos enfatizam a ideia de que a formação é útil e que deve estar presente ao longo de todo o percurso profissional, no sentido de executar melhor as tarefas, pois não se pode ficar estagnado, uma vez que “estamos sempre a aprender” (testemunho 2). É também realçado o facto de a experiência ter um peso muito grande na actividade profissional, pois prepara melhor para o trabalho.

            Tendo em conta a síntese que fizemos na aula, no que concerne a esta actividade, é importante destacar que a aprendizagem do exercício profissional está muitas vezes associada à experiência mas, é a formação que permite consolidar estes conhecimentos, sendo que a partilha de experiências no contexto de trabalho pode servir de base à formalização de saberes. Existe também a ideia de aprendizagem permanente, no sentido de continuar a existir formação mesmo durante o exercício do trabalho.

            No presente os indivíduos tentam investir na formação, não somente na sua área de especialização, mas também em outras áreas, de forma a poderem apoderar-se de um maior número de competências que os leva a estarem preparados para responder às diversas situações que lhes surgem no trabalho/vida. No mundo laboral, ao contrário do que acontecia antigamente, agora um indivíduo não possui conhecimento somente da tarefa que lhe cabe, mas sim de todo o processo em si, como é o caso do testemunho 2. Nesta situação a pessoa não conhece apenas uma parte do trabalho que é feito no seu contexto laboral, mas sim a totalidade do processo devido à coordenação que tem de fazer nas diversas áreas.

            Na actualidade, a formação surge como um processo que se adquire ao longo da vida, sendo que este só acontece quando somos capazes de reflectir sobre as coisas e as readaptamos e aplicamos nas nossas práticas quotidianas. Compete a cada indivíduo fazer a escolha do conjunto de influências externas que quer apropriar para si, apoderando-se assim do seu próprio processo de formação.