Década de 70  

            A década de 70 fica marcada pelo grande contraste provocado pelas ditaduras, pois foi uma época em que a repressão militar e política se fez sentir intensamente e, foi quando se assistiu ao desaparecimento de muitos dos regimes fascistas/totalitaristas. Em Portugal, o envolvimento dos jovens é muito importante no âmbito da revolução de 25 de Abril de 1974. Na década de 70, o choque petrolífero foi um acontecimento que afectou a economia mundial e que acarretou consequências para a mão-de-obra. O défice de oferta e, os valores elevadíssimos que o barril de petróleo atingiu provocou uma prolongada recessão nos EUA e Europa. A época fica também marcada pela relação consumo/produção que tem repercussões no mercado de trabalho.

            A juventude da era de 70 parece mais preocupada pela actividade física e imagem corporal. É uma década em que os jovens ou aderem ao estilo agressivo do punk ou, ao estilo descomprometido do disco dance e da discoteca.

            Ao contrário da década anterior, em que o movimento hippie e suas crenças e forma de vida ganham grande relevo, na década de 70 o punk vem substituir a moda hippie. O punk está ligado ao movimento social. Este movimento tem a ver com a aceitação do indivíduo por uma ideologia, comportamentos e posturas comuns a todos os membros do movimento ou sub-movimento. Este, é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com a finalidade de alcançar objectivos, como a revolução política, pretendida de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento ou, a preservação e resistência da tradição punk como forma cultural deliberadamente marginal e, alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade. Assim, a cultura punk, pode ser entendida como os costumes, tradições e ideologias de uma organização ou grupo social. Contudo, nem todos os membros ligados a esta cultura se pautam pelo alcance de tais objectivos, pautando-se sim pela subversão dos costumes do dia-a-dia. O estilo deste grupo contrasta com os valores e a moda vigente na sociedade e são elementos típicos deste estilo a utilização de lenços no pescoço, calças jeans rasgadas, calça preta justa, jaquetas de couro com mensagens nas costas, correntes, all stars, corte de cabelo à moicano, colorido ou espetado.

            O rock começa a deixar lugar ao dance music, onde Donna Summer faz as delícias das discotecas que começam a ser mais frequentadas pelos jovens, muito por culpa também do grande sucesso de cinema: “A Febre de Sábado à Noite” e de John Travolta, o seu protagonista. O centro desta subcultura era, as discotecas/clubes nocturnos com pistas de dança iluminadas por globos de espelhos e luzes estroboscópicas. Este estilo combinava camisas de cetim e de seda, calças à base de lycra, meia-calça combinada com saia, vestidos com estampas floridas e tudo cheio de lantejoulas. Grease, foi outro filme que fez bastante sucesso na década de 70, tendo como protagonistas John Travolta e Olivia Newton-John, este filme conta-nos a história de um casal apaixonado que vê a sua relação ficar em apuros, devido às crises de excêntrica masculinidade da personagem representada por Travolta. Este filme é, considerado o pano de fundo daquilo que era o comportamento dos jovens daquela época, nomeadamente no que se refere à masculinidade dos homens. O filme “Laranja Mecânica” também fez muito furor nesta década, quer para o bem, como para o mal, uma vez que era uma sequela demasiado violenta chegando mesmo a ser proibida em alguns países.

            É na década de 70 que o ecstasy ganha grande clarividência. Surgindo em décadas anteriores como substância terapêutica, nesta década passa a ser consumida principalmente por jovens que frequentam discotecas e festas nocturnas. Nessa época, a substância ficou conhecida como “a droga do amor”, fazendo clara referência à sua propriedade de aumentar o interesse sexual dos indivíduos. Em décadas vindouras, esta droga passa a ser proibida em determinados países.